sábado, 19 de janeiro de 2013

A sincronia.

As melhores coisas que eu já escrevi, nenhuma delas é realmente boa, mas todas foram escritas em momentos certos. Eu tenho vontade de escrever em momentinhos muito felizes, quase nunca quando deprimido. E quando eu sinto vontade e não estou muito feliz nada me sai tão bem.

Sinto falta dos barulhinhos da minha máquina de escrever e do violão de corpo pequeno, mas braço e escala dos tamanhos certos. Sinto falta do aconchego.

A respiração é um elemento vital em qualquer atividade. Quando se perde o ritmo da respiração é fácil de errar, no que quer que se esteja fazendo. Eu tento sempre respirar no ritmo certo, como as baleias. Elas tem tudo no ritmo delas, a respiração, a natação, a cantoria.

Comecei a pensar sobre respiração quando ainda nas aulas de capoeira, nas quais eu percebia que quanto mais nervoso, menos eu respirava e mais eu errava durante as lutas. Depois fotografando, percebi que as melhores fotos eram as que eu conseguia sincronizar o disparo com o momento de ápice da minha respiração. Quando eu não conseguia, não acontecia nada incrivelmente ruim, mas as melhores fotos eram as sincronizadas.

Depois eu esqueci disso.

Ai quando eu lembrei de novo fiquei tão motivado a seguir essa filosofia da respiração, que tatuei uma baleia. Elas sabem como respirar muito bem. Agora eu tento usar minha respiração ao meu favor, no trânsito principalmente. Quando preciso fazer algumas peripécias para continuar meu caminho, sempre tento manter minha respiração profunda e bem sincronizada com tudo. Acho que isso ajuda a me fazer sentir parte de alguma coisa, essa sincronia.

Espero não esquecer mais disso, por que agora quando escrevo, eu esqueço de respirar dependendo do meu nível de euforia.

Queria escrever melhor, mas não sei se eu só escrevo bem quando estou muito confortável com tudo ou quando tudo está sincronizado comigo.

Não faço ideia de nada.


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